terça-feira, 17 de junho de 2014

Querências

Enquanto todos gritavam o mesmo grito bicolor, cá dentro também se fazia festa de duplo querer: Um de Pierrot outro de Arlequim ... Acontece que Arlequim é desvairado, tresloucado e eu sou louca, tenho essência desnorteada que se espalha e molha tudo, transbordante. Acontece também que não sou só de loucura feita, tenho um tanto meu de cuidar. Um cuidado que se encontra em silêncio castanho, em momentos de espera, em respostas tardias, num acalma-se, num balançar ... cuidado da medo, medo mistério. A vida seria perfeita se a mescla fosse possível, mas não, não é de toda aceita e assim é necessário querer um querer, e eu escolhi. Quis ter pra mim amormeuzim, cansei do talvez. Migalhas são boas quando a fome é pouca, e hoje acordei faminta. Faminta de vida. 

Parto de um querer e deixo um Adeus, serás este sempre bem vindo nos risos;  me dispo na entrega ao outro querer e grito: Bem quisto! 

E se esse jogar-se for mais um tombo, meu corpo não sente, levanta-se e grita: Dói, mas não mata, porque tenho asas!

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