terça-feira, 10 de junho de 2014

Sou toda nua, pois o que outrora me vestia rasgou-se ao mirar teus zoim que é feito de gente com diverso prosear. Uns meio suicidas, outros meio de sonhar, que tentam no riso seu arrancar espaço de vida (in)finda. Diz pra mim, aqui pertim, pra que as palavras não se percam no caminho, o que nos cabe? O largo? A falta do vasto? O avesso ou a certa forma? Em mim cabe a vastidão do mundo e seus caminhos dificultosos, pois sem medo me fiz oca pra poder fazer de tua visita espécie de ecoado. Assim tu se faz, aos pouco, ser que surge no susto em meio ao pensar agir dos dias. Feito sujeito soluço. 
Quando a gente tem soluço e quer que pedaço de gente não grite paramos de respirar, tornamo-nos criança tapando boca com mão, roxo fica se tempo tartagueia, e assim, com gesto infantil, matamos o ser.
Há quem nunca tenha soluço. Há quem de tanto ter virou jagunço, tem assim peito coberto de mortes e no ventre o Sertão, porque por medo de ter ser dentro novamente parou de querer mergulhar em mar ... Há aqueles que sonham em ter e de inveja forçam gracejos soluçais, mas mire e veja o fraseado, verdade dita, se é que existe, deve ser de valor único: o soluço não existe solto. Soluço vive preso é na garganta do outro, escondido, garrado em cordas de fazer falar. 
Pois bem, acontece que eu tenho na faculdade da vida que gente é pássaro e vive solto, não me cativa dizer que amarre a boca e assim, peço procê não querer seguir mais eu ... siga solto que eu avôo ao redor, pelas beiradas. 

Acontece que só sou quando não penso, e quando penso me prendo no verso e na imagem, e pensando, pensei: Um cadim junto faz mal pra vida se o caminho de um não desfizer o andar do outro? Arre vida que muda e desmuda e deixa mudar! O que a gente deseja na fala mudou na mente e guerra se instaura. A palavra se apega no lembrar, mas este é nebuloso, desfaz, solta a mão, vira nuvem ... A palavra cai na carta, na fala, no verso e se faz sempre dúvida; se é deixou de ser, se será sabe se lá ...
   

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